Um gesto, olhar ou cheiro
Uma frase solta ou posta
Por mais singela
Põe em cheque as (in)certas convicções
Gela alma autêntica e inquieta
Distorções se injetam
A mais pura clareza se decompõe
Não há interpretação que resolva
Tudo desmorona
Uma faísca vira incêndio
Na esponja seca mórbida
Será que a água impediria
A labareda que transborda?
Conciliar dois ébrios sórdidos
Nem se sóbrios estivessem!
A discordância sempre volta
E a revolta mostra a face
Daí, tu faísca, vem e fisga
Daqui, eu esponja, tomo e fico
Sorte… o intento ser o mesmo
E na dança
O fogo
De incêndio
Vira vela
E a luz, antes queima
Agora ascende
Calma e rente
E clareia