O estrondo quando passa
O horizonte quando chega
O aperto quando sente
O tapa quando acaba
Silenciosamente ensurdecedor
O gozo quando alcança
O adeus quando acena
O sorriso quando tenta
A morte quando finda
Silenciosamente ensurdecedora
O desejo quando nasce
O pensar quando voa
A carícia quando toca
O olhar quando fixa
Silenciosamente ensurdecedor
O estupro quando cessa
A malícia quando morre
O beijo quando molha
A arte quando fala
Silenciosamente ensurdecedora
Aos ouvidos faltam pálpebras
Desconfortante desespero
Sob tantos vãos ruídos
Não há som desassossego
Há harmonia em calmaria
Que transforma a revelia
Em sinfonia de silêncios