Sobre autoria e compartilhamento

Debate sério.

Quer dizer, nem tanto. É supérfluo até, mas enfim. Quero conversar.

E não, não é indireta pra ninguém. Me respeita.

Premissa: adoro textão. De verdade, se não for pra ler textão nem pago a internet. Gosto mesmo, leio mesmo, curto mesmo e compartilho mesmo. Se tiver “ver mais” eu clico e “continuar lendo” clico de novo.

E quando leio um texto, imagino a fala e o os trejeitos da pessoa que o escreveu. Poderia ser vício de professor, sempre atento aos trabalhos de alunos e alunas que às vezes copiam e colam no mais pleno descaramento. Mas não é o caso, já que essa “voz do autor” também se manifesta ao ler autores mais consagrados e que não conheço pessoalmente, nunca vi e muito menos ouvi. Enfim. É simplesmente ler sabendo quem escreveu.

E ciente de ser absolutamente igual a qualquer outra pessoa, acredito que todo mundo ouça as vozes. Então minha reclamação encontrará eco e talvez torne-se pontapé de uma revolução maior, quiçá gatilho para a tomada de Brasília e implantação do comunismo. ☭

Aos fatos: Mariazinha escreve as coisa. Nóis lê. Fica empolgado. Qué abraçá. Qué chorá junto. Tomá uns goró junto. Lê GRITANDO A PORRA TODA. Quase clica no botão compartilhar. Botão curtir. Botão amei. Botão hahaha. Botão glorificar de pé.

E, no final: “Ass. Joãozinho”.

Ué.

¿Não foi a Mariazinha que escreveu? Quem é esse Joãozinho? Onde vive? Como sobrevive? Do que se alimenta?

¿Não podia avisar antes? Apresentar? Pôr aspas? Dois pontos? Marcar no começo? Compartilhar o post original? Assim, sem preliminares? Nada? Nada? NADA!?!?!?

Não é plágio, ok. Os créditos estão ali, ok. Mas poxa, gente. Não dá. É tipo esse ponto de interrogação invertido que tô usando no texto. ¿Ajuda, né? Quem inventou manja dos paranauê. Eu sei que cada um escreve o que quiser na sua própria página e blá blá blá. Mas assuntos sérios como esse precisam ser expostos.

É isso.

Chega! Basta! Muda, Brasil!

Ass. Clarice Lispector